PLANO DE AULA/ ENSINO FUNDAMENTAL
DISCIPLINA: Geografia
SÉRIE: 8ª
PROFESSOR: CELITO LIMA GOMES
CONTEÚDOS:
• Aquecimento global e efeito estufa
Uma verdade inconveniente.
OBJETIVOS:
• Debater sobre o efeito estufa a as conseqüências desse fenômeno para a paisagem natural global
• Verificar como os impactos ambientais decorrentes das atividades humanas vêm causando sérios problemas ambientais em todo o planeta, como o efeito estufa artificial, o aquecimento global e a chuva ácida
METODOLOGIA:
• Assistir ao documen-tário “Uma verdade inconveniente”.
• Dividir a turma em grupos e encomendar uma pesquisa sobre caminhos e alternativas para conter o aquecimento ou seus elementos indutores.
• Fazer uma lista dos problemas ambientais da comunidade de sua escola e depois discutir os itens com a turma.
• Produção de uma historinha em quadrinhos sobre o tema e ilustrando-a.
RECURSOS:
• Livro, revistas e jornais escritos para pesquisas;
• Aparelho de televisão;
• Aparelho de DVD;
• DVD.
• Quadro branco;
• Marcador para quadro branco;
• Apagador;
• Gravuras;
AVALIAÇÃO:
Avaliação processual e continua através de:
• Observações do professor;
• Participação e desempenho no debate;
• Apresentação da historinha em quadrinhos sobre o tema.
terça-feira, 28 de junho de 2011
RESENHA CRÍTICA DO LIVRO OS FORA DE SÉRIE NA ESCOLA
INTRODUÇÃO
Os Fora de Série na Escola é um livro do conceituado autor Carlos Roberto Jamil Cury (Armazém do Ipê, 2005; Campinas-SP).
Ler um livro sobre alunos com necessidades especiais nas escolas comuns necessita de certo desprendimento, e é preciso ler colocando-se no papel de educador dentro de uma educação, onde o seu fazer deve ser vivenciado, dentro de uma prática concreta de libertação e construção da história, inserindo-se num processo criador, de que nós também fazemos parte, até porque o livro se torna interessante a partir do momento em que se consegue fazer uma relação entre o cenário do que se deseja com o que se tem em relação a essa temática. É importante também que a leitura seja feita de forma que os relatos sejam vistos como uma maneira de encaminhamento da escola para uma acolhida do aluno com necessidades especiais baseada nos princípios de igualdade.
O autor usa de uma estrutura dissertativa que me agrada, onde transmite seus estudos de forma fácil e leve, sempre com analogias e pontuando os direitos dessas pessoas. Além de pontuar, o autor ainda expõe suas opiniões e propõe melhorias ou novas idéias sobre a educação especial, algumas delas que já foram implantadas entre o tempo em que o livro foi publicado até hoje em dia.
O livro é um daqueles livros que você lê sabendo do que ele vai tratar, mas lê mesmo assim para conhecer outros pontos e aspectos que você nunca imaginaria sobre o tema. E conhecendo algumas leis e pensamentos de alguns autores você começa a compreender melhor a realidade da educação inclusiva, logo, você começa a entender melhor o porquê das coisas serem como são hoje em dia.
APRESENTAÇÃO E APRECIAÇÃO CRÍTICA
Num primeiro momento o livro trata do direito à educação para pessoas com necessidades especiais, mas de forma igualitária levando em conta as diferenças existentes, sendo importante para uma melhor assimilação e aceitação da oposição entre exclusão e inclusão.
O autor utiliza uma linguagem elaborada, às vezes exemplificativa, em uma constante sobre as facetas da diferença e da inclusão, principalmente pela questão do matriz educacional, em meio ao “diferencialismos” e seus significados, conduzindo o leitor à elaboração de uma leitura proporcionando novos olhares na relação diferença-inclusão eu e o outro. Nessa perspectiva, no mais das vezes a educação é vista em uma condição necessária da liberdade civil e, como tal, um pré-requisito do exercício de outros direitos.
Já lendo sobre o que o autor pensa sobre a "educação para todos" vemos que ela tem uma abrangência muito maior do que levar crianças especiais para dentro de escolas regulares, e que todos temos o dever e por que não dizer, o direito de conhecer o novo. Quando uma criança especial entra numa escola de classe regular, ambas (especiais e "normais") estão aprendendo - cada uma está satisfazendo sua necessidade enquanto pessoa; estão se tornando parte de um universo que passa a ser compartilhado e não mais específico de cada um. A inclusão é ambivalente, uma criança com necessidades especiais está também auxiliando na construção ou, quem sabe, "desconstrução" de uma sociedade fechada e, por vezes, pré-conceituosa.
O segundo capítulo do livro trata do direito á diferença baseando-se num reconhecimento legal, exposto com a constituição federal de 1988, na nova lei de educação no Brasil e em outras leis que retratam que todos são iguais perante a elas.
A normatização da educação especial implica no atendimento desse aluno na rede regular de ensino conforme a Constituição Federal: “Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”.
A legislação que atende às pessoas portadoras de deficiência é muito extensa e rica. Trata dos mais diversos campos que na verdade todos nós necessitamos. Ela abrange direitos individuais, como educação, integração, valores básicos de igualdade, justiça social e respeito à dignidade da pessoa humana, dentre muitos.
Infelizmente, embora o que está determinado nesta lei em relação aos portadores de necessidades especiais, no que se refere à educação, seja, de certa forma abrangente, a maioria das leis ainda não é cumprida de forma integral. Na educação, por exemplo, a lei diz que os portadores de necessidades especiais têm direito a um atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino. O que pudemos observar em relação a essa determinação da lei, na prática, é que as escolas, ou pelo menos parte delas fingem não ter conhecimento da lei rejeitando os alunos com determinadas deficiências alegando que a escola não está preparada estruturalmente e nem profissionalmente para atender a esse público.
Temos consciência de que apesar das leis serem teoricamente muito bem elaboradas a prática ainda esta longe de se tornar uma realidade. No entanto, nós como futuros educadores temos que estar atentos quando a constante luta por uma sociedade mais igualitária.
O próximo ponto tratado no livro é sobre: um parecer uma resposta na educação inclusiva em discussão onde o autor afirma que contrariam os princípios da igualdade e da não-discriminação. A análise feita condiz com o nosso olhar de estudantes da disciplina de Educação Especial, mas principalmente condiz com a nossa noção de cidadania, com o que acreditamos e com o que nos indigna em relação a esse assunto. Por que acreditamos que a cidadania só existe quando a colocamos em prática, ou seja, quando deixamos de ser passivos no que diz respeito a lutar pelo que acreditamos que temos direito, pelo o que está escrito em uma determinada lei.
Acreditamos que o aprimoramento da qualidade do ensino regular pelo autor e a adição de princípios educacionais válidos para todos os alunos, resultarão naturalmente na inclusão escolar dos deficientes. Em conseqüência, a educação especial adquirirá uma nova significação. Tornar-se-á uma modalidade de ensino destinada não apenas a um grupo exclusivo de alunos, o dos deficientes, mas especializada no aluno e dedicada à pesquisa e ao desenvolvimento de novas maneiras de se ensinar, adequadas à heterogeneidade dos aprendizes e compatível com os ideais democráticos de uma educação para todos.
De certo que a inclusão se concilia com uma educação para todos e com um ensino especializado no aluno, mas não se consegue implantar uma opção de inserção tão revolucionária sem enfrentar um desafio ainda maior, o que recai sobre o fator humano. Os recursos físicos e os meios materiais para a efetivação de um processo escolar de qualidade cedem sua prioridade ao desenvolvimento de novas atitudes e formas de interação, na escola, exigindo mudanças no relacionamento pessoal e social e na maneira de se efetivar os processos de ensino e aprendizagem. Nesse contexto, a formação do pessoal envolvido com a educação é de fundamental importância, assim como a assistência às famílias, enfim, uma sustentação aos que estarão diretamente implicados com as mudanças é condição necessária para que estas não sejam impostas, mas imponham-se como resultado de uma consciência cada vez mais evoluída de educação e de desenvolvimento humano.
Outro ponto importante que trata no livro é sobre a diferença e a igualdade, e esse capítulo tem como objetivo refletir sobre a problemática da diferença das pessoas humanas e os grupos socioculturais. Se a educação inclusiva, de uma natureza democrática, responde por uma forma de escolarização em que os estudantes e os professores freqüentem os mesmos estabelecimentos sem nenhuma discriminação de sexo, cor, raça, etnia, religião e capacidade, ela se volta para uma escola que dialogue com as necessidades especificas dos estudantes e de suas famílias lhe permitindo participar de todas as atividades próprias da criança, adolescentes ou jovens e com isso responde ás finalidades mais amplas da educação.
A falta de um apoio pedagógico a essas necessidades especiais pode fazer com que essas crianças e adolescentes não estejam na escola: muitas vezes as famílias não encontram escolas organizadas para receber a todos e, fazer um bom atendimento, o que é uma forma de discriminar. A falta desse apoio pode também fazer com que essas crianças e adolescentes deixem a escola depois de pouco tempo, ou permaneçam sem progredir para os níveis mais elevados de ensino, o que é uma forma de desigualdade de condições e de permanência. É preciso que todos queiram fazer com que todas as pessoas que integrem as comunidades escolares brasileiras e estejam mobilizadas para as mudanças.
De uma maneira simplificada o autor mostra que a escola serve de referencia de inclusão no ensino regular e que já possui vários projetos envolvendo portadores de necessidades especiais e que a visão da escola, como um todo desde a diretoria e professores até os demais alunos hoje percebem a inclusão como algo que pode sim dar certo, pois o que falta além de investimento por parte dos órgãos competentes e formação dos professores é sem dúvidas a vontade de fazer com que as coisas aconteçam. Assegurar a todos a igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, sem qualquer tipo de discriminação é o seu desejo, apesar de que ele explicita que isso que ainda não se tornou realidade para milhares de crianças e jovens, meninas e adolescentes que apresentam necessidades educacionais especiais, vinculadas ou não a deficiências.
CONCLUSÃO
O livro Os Fora de Série Na Escola, apesar de já terem se passado cinco anos de sua publicação, traz reflexões sobre algumas das questões que ainda rodeiam a educação inclusiva e que perduram até hoje.
Esse livro com certeza é um livro que vale a pena ler, pois acredito que mesmo daqui a cinco ou 10 anos, muitas das idéias propostas por Carlos Roberto ainda não terão sido efetivadas, muitas questões éticas ainda estarão sendo discutidas e a riqueza histórica de todas as lutas e desafios que se enfrentam nesse tipo de educação sempre valem a pena se conhecer.
Enfim, ao se chegar do final do livro, lendo as conclusões do autor, existe aquele sentimento bom que se tem ao final de um livro que agrega alguma coisa, aquele sentimento de que as coisas que foram lidas e foram assimiladas se encaixam completamente em lacunas.
Os Fora de Série na Escola é um livro do conceituado autor Carlos Roberto Jamil Cury (Armazém do Ipê, 2005; Campinas-SP).
Ler um livro sobre alunos com necessidades especiais nas escolas comuns necessita de certo desprendimento, e é preciso ler colocando-se no papel de educador dentro de uma educação, onde o seu fazer deve ser vivenciado, dentro de uma prática concreta de libertação e construção da história, inserindo-se num processo criador, de que nós também fazemos parte, até porque o livro se torna interessante a partir do momento em que se consegue fazer uma relação entre o cenário do que se deseja com o que se tem em relação a essa temática. É importante também que a leitura seja feita de forma que os relatos sejam vistos como uma maneira de encaminhamento da escola para uma acolhida do aluno com necessidades especiais baseada nos princípios de igualdade.
O autor usa de uma estrutura dissertativa que me agrada, onde transmite seus estudos de forma fácil e leve, sempre com analogias e pontuando os direitos dessas pessoas. Além de pontuar, o autor ainda expõe suas opiniões e propõe melhorias ou novas idéias sobre a educação especial, algumas delas que já foram implantadas entre o tempo em que o livro foi publicado até hoje em dia.
O livro é um daqueles livros que você lê sabendo do que ele vai tratar, mas lê mesmo assim para conhecer outros pontos e aspectos que você nunca imaginaria sobre o tema. E conhecendo algumas leis e pensamentos de alguns autores você começa a compreender melhor a realidade da educação inclusiva, logo, você começa a entender melhor o porquê das coisas serem como são hoje em dia.
APRESENTAÇÃO E APRECIAÇÃO CRÍTICA
Num primeiro momento o livro trata do direito à educação para pessoas com necessidades especiais, mas de forma igualitária levando em conta as diferenças existentes, sendo importante para uma melhor assimilação e aceitação da oposição entre exclusão e inclusão.
O autor utiliza uma linguagem elaborada, às vezes exemplificativa, em uma constante sobre as facetas da diferença e da inclusão, principalmente pela questão do matriz educacional, em meio ao “diferencialismos” e seus significados, conduzindo o leitor à elaboração de uma leitura proporcionando novos olhares na relação diferença-inclusão eu e o outro. Nessa perspectiva, no mais das vezes a educação é vista em uma condição necessária da liberdade civil e, como tal, um pré-requisito do exercício de outros direitos.
Já lendo sobre o que o autor pensa sobre a "educação para todos" vemos que ela tem uma abrangência muito maior do que levar crianças especiais para dentro de escolas regulares, e que todos temos o dever e por que não dizer, o direito de conhecer o novo. Quando uma criança especial entra numa escola de classe regular, ambas (especiais e "normais") estão aprendendo - cada uma está satisfazendo sua necessidade enquanto pessoa; estão se tornando parte de um universo que passa a ser compartilhado e não mais específico de cada um. A inclusão é ambivalente, uma criança com necessidades especiais está também auxiliando na construção ou, quem sabe, "desconstrução" de uma sociedade fechada e, por vezes, pré-conceituosa.
O segundo capítulo do livro trata do direito á diferença baseando-se num reconhecimento legal, exposto com a constituição federal de 1988, na nova lei de educação no Brasil e em outras leis que retratam que todos são iguais perante a elas.
A normatização da educação especial implica no atendimento desse aluno na rede regular de ensino conforme a Constituição Federal: “Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”.
A legislação que atende às pessoas portadoras de deficiência é muito extensa e rica. Trata dos mais diversos campos que na verdade todos nós necessitamos. Ela abrange direitos individuais, como educação, integração, valores básicos de igualdade, justiça social e respeito à dignidade da pessoa humana, dentre muitos.
Infelizmente, embora o que está determinado nesta lei em relação aos portadores de necessidades especiais, no que se refere à educação, seja, de certa forma abrangente, a maioria das leis ainda não é cumprida de forma integral. Na educação, por exemplo, a lei diz que os portadores de necessidades especiais têm direito a um atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino. O que pudemos observar em relação a essa determinação da lei, na prática, é que as escolas, ou pelo menos parte delas fingem não ter conhecimento da lei rejeitando os alunos com determinadas deficiências alegando que a escola não está preparada estruturalmente e nem profissionalmente para atender a esse público.
Temos consciência de que apesar das leis serem teoricamente muito bem elaboradas a prática ainda esta longe de se tornar uma realidade. No entanto, nós como futuros educadores temos que estar atentos quando a constante luta por uma sociedade mais igualitária.
O próximo ponto tratado no livro é sobre: um parecer uma resposta na educação inclusiva em discussão onde o autor afirma que contrariam os princípios da igualdade e da não-discriminação. A análise feita condiz com o nosso olhar de estudantes da disciplina de Educação Especial, mas principalmente condiz com a nossa noção de cidadania, com o que acreditamos e com o que nos indigna em relação a esse assunto. Por que acreditamos que a cidadania só existe quando a colocamos em prática, ou seja, quando deixamos de ser passivos no que diz respeito a lutar pelo que acreditamos que temos direito, pelo o que está escrito em uma determinada lei.
Acreditamos que o aprimoramento da qualidade do ensino regular pelo autor e a adição de princípios educacionais válidos para todos os alunos, resultarão naturalmente na inclusão escolar dos deficientes. Em conseqüência, a educação especial adquirirá uma nova significação. Tornar-se-á uma modalidade de ensino destinada não apenas a um grupo exclusivo de alunos, o dos deficientes, mas especializada no aluno e dedicada à pesquisa e ao desenvolvimento de novas maneiras de se ensinar, adequadas à heterogeneidade dos aprendizes e compatível com os ideais democráticos de uma educação para todos.
De certo que a inclusão se concilia com uma educação para todos e com um ensino especializado no aluno, mas não se consegue implantar uma opção de inserção tão revolucionária sem enfrentar um desafio ainda maior, o que recai sobre o fator humano. Os recursos físicos e os meios materiais para a efetivação de um processo escolar de qualidade cedem sua prioridade ao desenvolvimento de novas atitudes e formas de interação, na escola, exigindo mudanças no relacionamento pessoal e social e na maneira de se efetivar os processos de ensino e aprendizagem. Nesse contexto, a formação do pessoal envolvido com a educação é de fundamental importância, assim como a assistência às famílias, enfim, uma sustentação aos que estarão diretamente implicados com as mudanças é condição necessária para que estas não sejam impostas, mas imponham-se como resultado de uma consciência cada vez mais evoluída de educação e de desenvolvimento humano.
Outro ponto importante que trata no livro é sobre a diferença e a igualdade, e esse capítulo tem como objetivo refletir sobre a problemática da diferença das pessoas humanas e os grupos socioculturais. Se a educação inclusiva, de uma natureza democrática, responde por uma forma de escolarização em que os estudantes e os professores freqüentem os mesmos estabelecimentos sem nenhuma discriminação de sexo, cor, raça, etnia, religião e capacidade, ela se volta para uma escola que dialogue com as necessidades especificas dos estudantes e de suas famílias lhe permitindo participar de todas as atividades próprias da criança, adolescentes ou jovens e com isso responde ás finalidades mais amplas da educação.
A falta de um apoio pedagógico a essas necessidades especiais pode fazer com que essas crianças e adolescentes não estejam na escola: muitas vezes as famílias não encontram escolas organizadas para receber a todos e, fazer um bom atendimento, o que é uma forma de discriminar. A falta desse apoio pode também fazer com que essas crianças e adolescentes deixem a escola depois de pouco tempo, ou permaneçam sem progredir para os níveis mais elevados de ensino, o que é uma forma de desigualdade de condições e de permanência. É preciso que todos queiram fazer com que todas as pessoas que integrem as comunidades escolares brasileiras e estejam mobilizadas para as mudanças.
De uma maneira simplificada o autor mostra que a escola serve de referencia de inclusão no ensino regular e que já possui vários projetos envolvendo portadores de necessidades especiais e que a visão da escola, como um todo desde a diretoria e professores até os demais alunos hoje percebem a inclusão como algo que pode sim dar certo, pois o que falta além de investimento por parte dos órgãos competentes e formação dos professores é sem dúvidas a vontade de fazer com que as coisas aconteçam. Assegurar a todos a igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, sem qualquer tipo de discriminação é o seu desejo, apesar de que ele explicita que isso que ainda não se tornou realidade para milhares de crianças e jovens, meninas e adolescentes que apresentam necessidades educacionais especiais, vinculadas ou não a deficiências.
CONCLUSÃO
O livro Os Fora de Série Na Escola, apesar de já terem se passado cinco anos de sua publicação, traz reflexões sobre algumas das questões que ainda rodeiam a educação inclusiva e que perduram até hoje.
Esse livro com certeza é um livro que vale a pena ler, pois acredito que mesmo daqui a cinco ou 10 anos, muitas das idéias propostas por Carlos Roberto ainda não terão sido efetivadas, muitas questões éticas ainda estarão sendo discutidas e a riqueza histórica de todas as lutas e desafios que se enfrentam nesse tipo de educação sempre valem a pena se conhecer.
Enfim, ao se chegar do final do livro, lendo as conclusões do autor, existe aquele sentimento bom que se tem ao final de um livro que agrega alguma coisa, aquele sentimento de que as coisas que foram lidas e foram assimiladas se encaixam completamente em lacunas.
AUTORA: Ivonete De Melo Lima
sexta-feira, 23 de julho de 2010
O município de Glória e o Raso da Catarina

O Raso da Catarina corresponde a uma área de aproximadamente 500.000 hectares, localizada em pleno nordeste da Bahia, ocupando um total de oito (8) municípios, entre os quais se encontra o município de Glória. A sua área está localizada sobre um platô próximo ao sub-médio São Francisco, como descreve ANDRADE (1998, p.44): “[...] Na realidade, o grande rio nordestino atravessa áreas das mais secas do Nordeste. Próximo a sua margem direita na Bahia, situa-se o famoso ‘Raso da Catarina’, conhecido por ser uma das áreas mais secas e despovoadas, hostis mesmo ao homem dos nossos sertões. [...]”
Segundo REIS (2004, p.79) existem duas versões para a origem do nome desse raso:
O município de Glória possui parte do seu território inserido no Raso Catarina, localizado a sudoeste, onde se encontra o povoado Brejo do Burgo, a área está situada na Reserva Indígena da Tribo Pankararé, com 17.924 hectares, demarcada recentemente pela Fundação Nacional de Índio – FUNAI em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA.
A demarcação da Reserva Indígena do Brejo do Burgo se arrastou durante muitos anos, pois juntamente com os índios habitavam aí, também os posseiros (brancos), gerando desta forma inúmeros conflitos ao logo do tempo pela posse dessas terras, sendo registrada algumas mortes de ambos os lados. Após a demarcação da reserva ficou estabelecido que os posseiros deveriam sair da área e que os mesmos também receberiam uma indenização, esta paga pelo Governo Federal. Atualmente poucos posseiros receberam essa indenização e deixaram de residir dentro da reserva, ou seja, mesmo depois da demarcação ainda existe um grande número de posseiros vivendo nessa área.
A presença humana, especialmente a indígena no povoado Brejo do Burgo e arredores do Raso é datada de pelo menos 200 anos atrás. Esta presença deve-se ao fato da existência de algumas fontes de água encontradas no local, que permitiu aos seus habitantes o plantio de algumas culturas, como o feijão, o milho, a mandioca e criação de animais como o bode, a vaca, etc. Além disso, o raso oferecia aos índios uma grande variedade de animais silvestres que são utilizados na sua alimentação, como também os frutos do umbu e do murici, isto em algumas áreas do raso, já que as demais apresentam características semelhantes à de um deserto como afirma REIS (2004, p.108):
[...] Se observamos as classificações climáticas mais conhecidas, o Raso é dominado por um clima que, em condições de aridez e desolação, é apenas superado pelos desertos quentes. Para os que conhecem outras áreas menos atingidas pela insolação certamente acredita que aquela é uma terra morta, local onde quase todas as oportunidades de uma vida foram postergadas.
Com características de clima semidesértico, predomina “inversões térmicas” bastante acentuadas, isto porque as temperaturas durante o dia raramente são inferiores a 40°C e a noite ficando entre 22°C e 15°C, não sendo difícil em alguns momentos alcançar 10°C, sendo assim justificada pelo fato da existência de rochas sedimentares, que originaram a camada superficial do terreno.
Adentrando ao centro do Raso as condições de vida é quase impossível, isto porque a água se torna uma coisa rara, com ausência de vegetação, existindo apenas algumas florestas de espinhos e urtigas, o que dificulta ainda mais o acesso a este local. Quando raramente ocorrem as chuvas, estas modificam totalmente a paisagem, que antes apresentava um aspecto desolador, ficando verde e acumulando água em caldeirões, o que ajudará bastante na sobrevivência dos animais que ali habitam.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ANDRADE, Manuel Correia. A terra e o homem no Nordeste: Contribuindo ao estudo da questão agrária no Nordeste. – 6ª ed – Recife : Editora Universitária da UFPE,1998.
REIS, Roberto Ricardo do Amaral. Paulo Afonso e o Sertão Baiano: Sua geografia e seu povo. 1ªed. Paulo Afonso-BA: Fonte Viva, 2004.
Créditos das imagens:
http://www.google.com.br/estacoes-ecologicas/estacao-ecologica-raso-da-catarina/
Segundo REIS (2004, p.79) existem duas versões para a origem do nome desse raso:
Há duas versões como parte do folclore regional para justificar o nome Raso da Catarina. A primeira: se deve a uma índia, por nome “Catarina”, pertencente a uma tribo indígena que vivia na área do Raso. “Conta-se que certo dia, esta índia saiu para catar lenha e que muito tempo depois encontraram apenas seus restos mortais. Em sua homenagem, seu povo passou a chamar a região de: Raso da Catarina”. A segunda: um grande proprietário de terras em Belo Monte de Canudos, coronel Ângelo Reis, teria denominado essa reserva de Catarina, depois da morte de sua esposa que possuía o mesmo nome. REIS (2004, p.79)
O município de Glória possui parte do seu território inserido no Raso Catarina, localizado a sudoeste, onde se encontra o povoado Brejo do Burgo, a área está situada na Reserva Indígena da Tribo Pankararé, com 17.924 hectares, demarcada recentemente pela Fundação Nacional de Índio – FUNAI em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA.
A demarcação da Reserva Indígena do Brejo do Burgo se arrastou durante muitos anos, pois juntamente com os índios habitavam aí, também os posseiros (brancos), gerando desta forma inúmeros conflitos ao logo do tempo pela posse dessas terras, sendo registrada algumas mortes de ambos os lados. Após a demarcação da reserva ficou estabelecido que os posseiros deveriam sair da área e que os mesmos também receberiam uma indenização, esta paga pelo Governo Federal. Atualmente poucos posseiros receberam essa indenização e deixaram de residir dentro da reserva, ou seja, mesmo depois da demarcação ainda existe um grande número de posseiros vivendo nessa área.
A presença humana, especialmente a indígena no povoado Brejo do Burgo e arredores do Raso é datada de pelo menos 200 anos atrás. Esta presença deve-se ao fato da existência de algumas fontes de água encontradas no local, que permitiu aos seus habitantes o plantio de algumas culturas, como o feijão, o milho, a mandioca e criação de animais como o bode, a vaca, etc. Além disso, o raso oferecia aos índios uma grande variedade de animais silvestres que são utilizados na sua alimentação, como também os frutos do umbu e do murici, isto em algumas áreas do raso, já que as demais apresentam características semelhantes à de um deserto como afirma REIS (2004, p.108):
[...] Se observamos as classificações climáticas mais conhecidas, o Raso é dominado por um clima que, em condições de aridez e desolação, é apenas superado pelos desertos quentes. Para os que conhecem outras áreas menos atingidas pela insolação certamente acredita que aquela é uma terra morta, local onde quase todas as oportunidades de uma vida foram postergadas.
Com características de clima semidesértico, predomina “inversões térmicas” bastante acentuadas, isto porque as temperaturas durante o dia raramente são inferiores a 40°C e a noite ficando entre 22°C e 15°C, não sendo difícil em alguns momentos alcançar 10°C, sendo assim justificada pelo fato da existência de rochas sedimentares, que originaram a camada superficial do terreno.
Adentrando ao centro do Raso as condições de vida é quase impossível, isto porque a água se torna uma coisa rara, com ausência de vegetação, existindo apenas algumas florestas de espinhos e urtigas, o que dificulta ainda mais o acesso a este local. Quando raramente ocorrem as chuvas, estas modificam totalmente a paisagem, que antes apresentava um aspecto desolador, ficando verde e acumulando água em caldeirões, o que ajudará bastante na sobrevivência dos animais que ali habitam.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ANDRADE, Manuel Correia. A terra e o homem no Nordeste: Contribuindo ao estudo da questão agrária no Nordeste. – 6ª ed – Recife : Editora Universitária da UFPE,1998.
REIS, Roberto Ricardo do Amaral. Paulo Afonso e o Sertão Baiano: Sua geografia e seu povo. 1ªed. Paulo Afonso-BA: Fonte Viva, 2004.
Créditos das imagens:
http://www.google.com.br/estacoes-ecologicas/estacao-ecologica-raso-da-catarina/
quarta-feira, 2 de junho de 2010
EXPERIMENTOS GEOGRÁFICOS
O PARALELO E MERIDIANO LOCAL
Esta atividade precisa ser realizada num dia ensolarado, entre 10 e 14 horas.
Material: uma estaca (cabo de vassoura ou espeto de churrasquinho) e rolo de barbante.
Procedimento:
a) Coloque a estaca fincada na vertical sobre uma superfície exposta ao sol. Caso você não tenha acesso a uma área com terra ou a um tanque de areia, utilize um vaso velho com terra para fixar a estaca.
b) Marque a posição da extremidade da sombra da estaca às 11 horas da manhã. A partir desse ponto, trac4 uma circunferência com o auxilio de um pedaço de barbante, tendo como o centro a estaca.
c) Às 13 horas, marque o ponto em que a sombra da estaca irá cruzar novamente a circunferência.
d) Trace uma reta unindo esse ponto e o ponto inicial. Parabéns! Você acabou de estabelecer o paralelo local! Essa linha é paralela ao equador.
e) O meridiano local pode ser traçado a partir de uma perpendicular que passa pelo centro da circunferência que você traçou e o paralelo, formando uma cruz. Essa linha se encontra no pólo norte e no pólo sul, com todos os outros meridianos.
f) Posicione uma bussola sobre a linha do meridiano local. Verifique a diferença existente entre o meridiano, que aponta para o norte geográfico, e a linha formada pela agulha da bussola, que aponta para o norte magnético. Muito bem! Você acaba de obter a declinação magnética local (desvio entre o pólo norte magnético e pólo norte geográfico)
Fonte bibliográfica:
ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges e RIBEIRO, Wagner costa. Construindo a Geografia: uma janela para o mundo. São Paulo: Moderna, 1999.
CONSTRUINDO UMA BUSSOLA
Material: um prato fundo, tinta não-soluvel, imã, uma agulha, uma rolha de garrafa ou um pedaço de isopor.
Atenção: esse experimento deve ser realizado sob a supervizão de um adulto.
Procedimento;
1- Pintar os pontos cardeais (N, S, L , O) e os pontos colaterais (NE, SE, SO, NO) no prato. Deixar secar.
2- Esfregar o imã várias vezes na agulha, sempre na mesma direção, até ela se imantar.
3- Cortar a rolha ou o pedaço de isopor de tal modo que ela se assemelhe a uma moeda.
4- Atravessar, com a agulha, o pedaço de rolha.
5- Encher o prato com água e deixar a rolha com a agulha imantada flutuar. Esta pronta a sua bussola, agora é só observar.
6- A direção que a agulha apontar será o norte (pólo magnético do norte)
7- Se a agulha não apontar para o norte que você pintou no prato, vire-o até a agulha parar sobre o N; assim você terá os pontos cardeais e colaterais e poderá orientar-se.
Fonte bibliográfica:
ADAS, Melhem. Geografia: noções básicas de Geografia. São Paulo: Moderna, 2006.
CONSTRUINDO UM TERRÁRIO
O TERRÁRIO É Uma miniatura de um ecossistema terrestre. No fundo de um vidro de conserva, coloque cascalho para drenagem da água (esse tipo de material é facilmente encontrado em lojas de artigo para aquários). Em cima do cascalho, coloque uma camada de terra fértil (húmus) levemente molhada. Essas duas camadas devem ocupar quase a metade do vidro. Em seguida, monte um ambiente com plantas de pequeno porte e animais como caramujos, minhocas, tatuzinho de jardim etc. regue seu terrário e, depois, tampe o vidro para evitar a evaporação da água existente no recipiente.
Pronto o terrário, coloque-o num local sem luz do sol. Durante uma semana, observe:
a) O percurso da água dentro do terrário;
b) Como vivem os animais;
c) A relação estabelecida nesse ambiente entre água, solo, vegetação e fauna.
SISTEMA DE ILUMINAÇÃO
1- Providencie uma lanterna ou uma pequena luminária e um globo terrestre.
2- Depois gire vagarosamente o globo terrestre no sentido do movimento de rotação da terra.
3- Na medida do possível escureça o ambiente da sala de aula.
4- Coloque o foco luminoso na mesma altura do globo terrestre e continue girando-o, mostrando as áreas de maior e menor incidência dos raios solares na superfície terrestre.
Esta atividade precisa ser realizada num dia ensolarado, entre 10 e 14 horas.
Material: uma estaca (cabo de vassoura ou espeto de churrasquinho) e rolo de barbante.
Procedimento:
a) Coloque a estaca fincada na vertical sobre uma superfície exposta ao sol. Caso você não tenha acesso a uma área com terra ou a um tanque de areia, utilize um vaso velho com terra para fixar a estaca.
b) Marque a posição da extremidade da sombra da estaca às 11 horas da manhã. A partir desse ponto, trac4 uma circunferência com o auxilio de um pedaço de barbante, tendo como o centro a estaca.
c) Às 13 horas, marque o ponto em que a sombra da estaca irá cruzar novamente a circunferência.
d) Trace uma reta unindo esse ponto e o ponto inicial. Parabéns! Você acabou de estabelecer o paralelo local! Essa linha é paralela ao equador.
e) O meridiano local pode ser traçado a partir de uma perpendicular que passa pelo centro da circunferência que você traçou e o paralelo, formando uma cruz. Essa linha se encontra no pólo norte e no pólo sul, com todos os outros meridianos.
f) Posicione uma bussola sobre a linha do meridiano local. Verifique a diferença existente entre o meridiano, que aponta para o norte geográfico, e a linha formada pela agulha da bussola, que aponta para o norte magnético. Muito bem! Você acaba de obter a declinação magnética local (desvio entre o pólo norte magnético e pólo norte geográfico)
Fonte bibliográfica:
ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges e RIBEIRO, Wagner costa. Construindo a Geografia: uma janela para o mundo. São Paulo: Moderna, 1999.
CONSTRUINDO UMA BUSSOLA
Material: um prato fundo, tinta não-soluvel, imã, uma agulha, uma rolha de garrafa ou um pedaço de isopor.
Atenção: esse experimento deve ser realizado sob a supervizão de um adulto.
Procedimento;
1- Pintar os pontos cardeais (N, S, L , O) e os pontos colaterais (NE, SE, SO, NO) no prato. Deixar secar.
2- Esfregar o imã várias vezes na agulha, sempre na mesma direção, até ela se imantar.
3- Cortar a rolha ou o pedaço de isopor de tal modo que ela se assemelhe a uma moeda.
4- Atravessar, com a agulha, o pedaço de rolha.
5- Encher o prato com água e deixar a rolha com a agulha imantada flutuar. Esta pronta a sua bussola, agora é só observar.
6- A direção que a agulha apontar será o norte (pólo magnético do norte)
7- Se a agulha não apontar para o norte que você pintou no prato, vire-o até a agulha parar sobre o N; assim você terá os pontos cardeais e colaterais e poderá orientar-se.
Fonte bibliográfica:
ADAS, Melhem. Geografia: noções básicas de Geografia. São Paulo: Moderna, 2006.
CONSTRUINDO UM TERRÁRIO
O TERRÁRIO É Uma miniatura de um ecossistema terrestre. No fundo de um vidro de conserva, coloque cascalho para drenagem da água (esse tipo de material é facilmente encontrado em lojas de artigo para aquários). Em cima do cascalho, coloque uma camada de terra fértil (húmus) levemente molhada. Essas duas camadas devem ocupar quase a metade do vidro. Em seguida, monte um ambiente com plantas de pequeno porte e animais como caramujos, minhocas, tatuzinho de jardim etc. regue seu terrário e, depois, tampe o vidro para evitar a evaporação da água existente no recipiente.
Pronto o terrário, coloque-o num local sem luz do sol. Durante uma semana, observe:
a) O percurso da água dentro do terrário;
b) Como vivem os animais;
c) A relação estabelecida nesse ambiente entre água, solo, vegetação e fauna.
SISTEMA DE ILUMINAÇÃO
1- Providencie uma lanterna ou uma pequena luminária e um globo terrestre.
2- Depois gire vagarosamente o globo terrestre no sentido do movimento de rotação da terra.
3- Na medida do possível escureça o ambiente da sala de aula.
4- Coloque o foco luminoso na mesma altura do globo terrestre e continue girando-o, mostrando as áreas de maior e menor incidência dos raios solares na superfície terrestre.
A Crença do Povo e suas Previsões sobre a Seca
O povo sertanejo tem muita fé e crenças que o ajudam a manter as esperanças e o acalentam nos dias mais difíceis.
O medo do flagelo da seca atormenta esse povo a muito tempo, principalmente nas comunidades, rurais, onde apesar de haver acesso a alguns meios de comunicação que trazem os conhecimentos cada vez mais modernos sobre a metereologia, ainda mantém-se a tradição de tentar prever as condições do tempo por meio dos saberes transmitidos de geração para geração. Pois é nos meses chuvosos que se deposita toda a esperança de um ano bom, preparando a terra e plantando suas sementes, guardadas com todo cuidado das safras anteriores, na espera de uma colheita farta e que suas barragens e açudes se encham permitindo um período maior sem que haja necessidade de recorrer ao governo município o abastecimento de água. Que segundo ANDRADE (1998 p. 46): “Assim, preocupando-se com uma possível seca, o sertanejo está sempre às voltas com ‘experiências’ e prognósticos sobre as possibilidades de chuvas nos anos que virão. [...]”
Entra ano e sai ano e o sertanejo está sempre olhando para o céu a procura de nuvens ou outros sinais de chuvas. Para fazer um prognóstico sobre o tempo esse povo usa observação de alguns elementos da natureza, como por exemplo, a primeira Lua de janeiro que quando se apresenta com suas “pontas” voltadas para o norte significa chuva no Sertão, já quanto está voltada para o sul significa seca. Eles também acreditam que ao observar o comportamento de alguns animais como o sapo cururu que ao cantar no cair da noite é previsão de chuvas nos dias seguintes, bem como a invasão de formigas que começam a se afastarem das margens dos rios e riachos pressentindo que estes irão aumentar o volume do seu leito, além do canto dos pássaros e a maneira como as cabras pulam tudo é visto como um sinal para se determinar a chegada das chuvas.
A fé religiosa em alguns santos é marca registrada desse povo, que servem de base para algumas experiências que profetizam a chegada ou não das secas. Uma delas é feita no dia 13 de dezembro, dia de Santa Luzia, que quando não chove é porque o mês de janeiro do próximo ano será “fraco” de chuvas, da mesma forma ocorre com os dias subseqüentes de dezembro que corresponderão respectivamente aos meses seguintes a janeiro, assim o dia 14 é fevereiro, o dia 15 de março e assim por diante. É também no dia de Santa Luzia que muitos sertanejos fazem as experiências do sal, como explica MARINS (1999, p. 19):
Ao anoitecer colocamos ao relento seis pedrinhas de sal. Cada uma delas, como me explicou madrinha, representava um dos seis meses seguintes de janeiro a julho. Se no dia imediato, ao romper da madrugada, a primeira ou a segunda ou qualquer delas estivesse desfeita, então era certo que, no mês que ela estava representando, teríamos a chuva salvadora para as nossas roças e para alimentar o olho d’água. Era desse modo que todos os sertanejos procediam para verificar se teriam alegrias nos meses seguintes.
O dia de São José (19 de março) também é um ponto de referência para esses prognósticos, pois se não chover até esse dia, o nordestino acredita que os meses seguintes serão de estiagens, indicando que o resto do ano não será bom para o desenvolvimento das lavouras e que as dificuldades para o seu criatório será ainda maior. E quando a seca realmente se agrava, algumas pessoas apelam para o “seqüestro” da imagem de São José, só devolvendo quando volta a chover na região. Como afirma BRANCO (2003, p. 67):
“[...] Tal tendência faz parte da natureza humana: quando o homem atinge a mais extrema miséria e não vê saída para a sua situação, porque esta não depende mais do seu esforço, ele passa a procurar soluções sobrenaturais. A partir daí, ele cria preconceitos, ídolos, amuletos, cerimoniais estranhos, rituais que, segundo sua nova crença, possam atrair os benefícios necessários para melhorar sua vida. [...]”
E é com base nessa fé que todo sertanejo continua a luta por dias melhores na sua terra, mesmo sabendo que a seca pode se repetir a qualquer momento, trazendo consigo todas as suas conseqüências.
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