terça-feira, 28 de junho de 2011

PLANO DE AULA : FILME UMA VERDADE INCOVENIENTE

PLANO DE AULA/ ENSINO FUNDAMENTAL
DISCIPLINA: Geografia
SÉRIE: 8ª
PROFESSOR: CELITO LIMA GOMES


CONTEÚDOS:
• Aquecimento global e efeito estufa
 Uma verdade inconveniente.

OBJETIVOS:
• Debater sobre o efeito estufa a as conseqüências desse fenômeno para a paisagem natural global
• Verificar como os impactos ambientais decorrentes das atividades humanas vêm causando sérios problemas ambientais em todo o planeta, como o efeito estufa artificial, o aquecimento global e a chuva ácida

METODOLOGIA:
• Assistir ao documen-tário “Uma verdade inconveniente”.
• Dividir a turma em grupos e encomendar uma pesquisa sobre caminhos e alternativas para conter o aquecimento ou seus elementos indutores.
• Fazer uma lista dos problemas ambientais da comunidade de sua escola e depois discutir os itens com a turma.
• Produção de uma historinha em quadrinhos sobre o tema e ilustrando-a.

RECURSOS:
• Livro, revistas e jornais escritos para pesquisas;
• Aparelho de televisão;
• Aparelho de DVD;
• DVD.
• Quadro branco;
• Marcador para quadro branco;
• Apagador;
• Gravuras;

AVALIAÇÃO:
Avaliação processual e continua através de:
• Observações do professor;
• Participação e desempenho no debate;
• Apresentação da historinha em quadrinhos sobre o tema.

RESENHA CRÍTICA DO LIVRO OS FORA DE SÉRIE NA ESCOLA

INTRODUÇÃO
Os Fora de Série na Escola é um livro do conceituado autor Carlos Roberto Jamil Cury (Armazém do Ipê, 2005; Campinas-SP).
Ler um livro sobre alunos com necessidades especiais nas escolas comuns necessita de certo desprendimento, e é preciso ler colocando-se no papel de educador dentro de uma educação, onde o seu fazer deve ser vivenciado, dentro de uma prática concreta de libertação e construção da história, inserindo-se num processo criador, de que nós também fazemos parte, até porque o livro se torna interessante a partir do momento em que se consegue fazer uma relação entre o cenário do que se deseja com o que se tem em relação a essa temática. É importante também que a leitura seja feita de forma que os relatos sejam vistos como uma maneira de encaminhamento da escola para uma acolhida do aluno com necessidades especiais baseada nos princípios de igualdade.
O autor usa de uma estrutura dissertativa que me agrada, onde transmite seus estudos de forma fácil e leve, sempre com analogias e pontuando os direitos dessas pessoas. Além de pontuar, o autor ainda expõe suas opiniões e propõe melhorias ou novas idéias sobre a educação especial, algumas delas que já foram implantadas entre o tempo em que o livro foi publicado até hoje em dia.
O livro é um daqueles livros que você lê sabendo do que ele vai tratar, mas lê mesmo assim para conhecer outros pontos e aspectos que você nunca imaginaria sobre o tema. E conhecendo algumas leis e pensamentos de alguns autores você começa a compreender melhor a realidade da educação inclusiva, logo, você começa a entender melhor o porquê das coisas serem como são hoje em dia.

APRESENTAÇÃO E APRECIAÇÃO CRÍTICA
Num primeiro momento o livro trata do direito à educação para pessoas com necessidades especiais, mas de forma igualitária levando em conta as diferenças existentes, sendo importante para uma melhor assimilação e aceitação da oposição entre exclusão e inclusão.
O autor utiliza uma linguagem elaborada, às vezes exemplificativa, em uma constante sobre as facetas da diferença e da inclusão, principalmente pela questão do matriz educacional, em meio ao “diferencialismos” e seus significados, conduzindo o leitor à elaboração de uma leitura proporcionando novos olhares na relação diferença-inclusão eu e o outro. Nessa perspectiva, no mais das vezes a educação é vista em uma condição necessária da liberdade civil e, como tal, um pré-requisito do exercício de outros direitos.
Já lendo sobre o que o autor pensa sobre a "educação para todos" vemos que ela tem uma abrangência muito maior do que levar crianças especiais para dentro de escolas regulares, e que todos temos o dever e por que não dizer, o direito de conhecer o novo. Quando uma criança especial entra numa escola de classe regular, ambas (especiais e "normais") estão aprendendo - cada uma está satisfazendo sua necessidade enquanto pessoa; estão se tornando parte de um universo que passa a ser compartilhado e não mais específico de cada um. A inclusão é ambivalente, uma criança com necessidades especiais está também auxiliando na construção ou, quem sabe, "desconstrução" de uma sociedade fechada e, por vezes, pré-conceituosa.
O segundo capítulo do livro trata do direito á diferença baseando-se num reconhecimento legal, exposto com a constituição federal de 1988, na nova lei de educação no Brasil e em outras leis que retratam que todos são iguais perante a elas.
A normatização da educação especial implica no atendimento desse aluno na rede regular de ensino conforme a Constituição Federal: “Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”.
A legislação que atende às pessoas portadoras de deficiência é muito extensa e rica. Trata dos mais diversos campos que na verdade todos nós necessitamos. Ela abrange direitos individuais, como educação, integração, valores básicos de igualdade, justiça social e respeito à dignidade da pessoa humana, dentre muitos.
Infelizmente, embora o que está determinado nesta lei em relação aos portadores de necessidades especiais, no que se refere à educação, seja, de certa forma abrangente, a maioria das leis ainda não é cumprida de forma integral. Na educação, por exemplo, a lei diz que os portadores de necessidades especiais têm direito a um atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino. O que pudemos observar em relação a essa determinação da lei, na prática, é que as escolas, ou pelo menos parte delas fingem não ter conhecimento da lei rejeitando os alunos com determinadas deficiências alegando que a escola não está preparada estruturalmente e nem profissionalmente para atender a esse público.
Temos consciência de que apesar das leis serem teoricamente muito bem elaboradas a prática ainda esta longe de se tornar uma realidade. No entanto, nós como futuros educadores temos que estar atentos quando a constante luta por uma sociedade mais igualitária.
O próximo ponto tratado no livro é sobre: um parecer uma resposta na educação inclusiva em discussão onde o autor afirma que contrariam os princípios da igualdade e da não-discriminação. A análise feita condiz com o nosso olhar de estudantes da disciplina de Educação Especial, mas principalmente condiz com a nossa noção de cidadania, com o que acreditamos e com o que nos indigna em relação a esse assunto. Por que acreditamos que a cidadania só existe quando a colocamos em prática, ou seja, quando deixamos de ser passivos no que diz respeito a lutar pelo que acreditamos que temos direito, pelo o que está escrito em uma determinada lei.
Acreditamos que o aprimoramento da qualidade do ensino regular pelo autor e a adição de princípios educacionais válidos para todos os alunos, resultarão naturalmente na inclusão escolar dos deficientes. Em conseqüência, a educação especial adquirirá uma nova significação. Tornar-se-á uma modalidade de ensino destinada não apenas a um grupo exclusivo de alunos, o dos deficientes, mas especializada no aluno e dedicada à pesquisa e ao desenvolvimento de novas maneiras de se ensinar, adequadas à heterogeneidade dos aprendizes e compatível com os ideais democráticos de uma educação para todos.
De certo que a inclusão se concilia com uma educação para todos e com um ensino especializado no aluno, mas não se consegue implantar uma opção de inserção tão revolucionária sem enfrentar um desafio ainda maior, o que recai sobre o fator humano. Os recursos físicos e os meios materiais para a efetivação de um processo escolar de qualidade cedem sua prioridade ao desenvolvimento de novas atitudes e formas de interação, na escola, exigindo mudanças no relacionamento pessoal e social e na maneira de se efetivar os processos de ensino e aprendizagem. Nesse contexto, a formação do pessoal envolvido com a educação é de fundamental importância, assim como a assistência às famílias, enfim, uma sustentação aos que estarão diretamente implicados com as mudanças é condição necessária para que estas não sejam impostas, mas imponham-se como resultado de uma consciência cada vez mais evoluída de educação e de desenvolvimento humano.
Outro ponto importante que trata no livro é sobre a diferença e a igualdade, e esse capítulo tem como objetivo refletir sobre a problemática da diferença das pessoas humanas e os grupos socioculturais. Se a educação inclusiva, de uma natureza democrática, responde por uma forma de escolarização em que os estudantes e os professores freqüentem os mesmos estabelecimentos sem nenhuma discriminação de sexo, cor, raça, etnia, religião e capacidade, ela se volta para uma escola que dialogue com as necessidades especificas dos estudantes e de suas famílias lhe permitindo participar de todas as atividades próprias da criança, adolescentes ou jovens e com isso responde ás finalidades mais amplas da educação.
A falta de um apoio pedagógico a essas necessidades especiais pode fazer com que essas crianças e adolescentes não estejam na escola: muitas vezes as famílias não encontram escolas organizadas para receber a todos e, fazer um bom atendimento, o que é uma forma de discriminar. A falta desse apoio pode também fazer com que essas crianças e adolescentes deixem a escola depois de pouco tempo, ou permaneçam sem progredir para os níveis mais elevados de ensino, o que é uma forma de desigualdade de condições e de permanência. É preciso que todos queiram fazer com que todas as pessoas que integrem as comunidades escolares brasileiras e estejam mobilizadas para as mudanças.
De uma maneira simplificada o autor mostra que a escola serve de referencia de inclusão no ensino regular e que já possui vários projetos envolvendo portadores de necessidades especiais e que a visão da escola, como um todo desde a diretoria e professores até os demais alunos hoje percebem a inclusão como algo que pode sim dar certo, pois o que falta além de investimento por parte dos órgãos competentes e formação dos professores é sem dúvidas a vontade de fazer com que as coisas aconteçam. Assegurar a todos a igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, sem qualquer tipo de discriminação é o seu desejo, apesar de que ele explicita que isso que ainda não se tornou realidade para milhares de crianças e jovens, meninas e adolescentes que apresentam necessidades educacionais especiais, vinculadas ou não a deficiências.

CONCLUSÃO
O livro Os Fora de Série Na Escola, apesar de já terem se passado cinco anos de sua publicação, traz reflexões sobre algumas das questões que ainda rodeiam a educação inclusiva e que perduram até hoje.
Esse livro com certeza é um livro que vale a pena ler, pois acredito que mesmo daqui a cinco ou 10 anos, muitas das idéias propostas por Carlos Roberto ainda não terão sido efetivadas, muitas questões éticas ainda estarão sendo discutidas e a riqueza histórica de todas as lutas e desafios que se enfrentam nesse tipo de educação sempre valem a pena se conhecer.
Enfim, ao se chegar do final do livro, lendo as conclusões do autor, existe aquele sentimento bom que se tem ao final de um livro que agrega alguma coisa, aquele sentimento de que as coisas que foram lidas e foram assimiladas se encaixam completamente em lacunas.



AUTORA: Ivonete De Melo Lima